Caros leitores,
Quero aqui compartilhar com todos algo que muito me tocou.
Há algumas horas estava no supermercado, escolhendo qual escova de dentes iria levar, quando um senhor me abordou. Aparentava ter uns 60 ou 65 anos, vestido com velhas e desbotadas roupas sociais. Na mão esquerda segurava uma daquelas bombinhas de asmático, juntamente com uma cédula de 5 reais. Ao me parar, mostrando notório cansaço ao falar, pediu que eu o ajudasse a comprar uma nova bomba contra a asma que lhe atacava, remédio de nome Aerolin, o qual custava 28 reais. Disse-me que ao tentar sacar esse dinheiro em sua conta, só encontrou 5 reais de saldo, e precisava urgentemente ser medicado.
Há algumas horas estava no supermercado, escolhendo qual escova de dentes iria levar, quando um senhor me abordou. Aparentava ter uns 60 ou 65 anos, vestido com velhas e desbotadas roupas sociais. Na mão esquerda segurava uma daquelas bombinhas de asmático, juntamente com uma cédula de 5 reais. Ao me parar, mostrando notório cansaço ao falar, pediu que eu o ajudasse a comprar uma nova bomba contra a asma que lhe atacava, remédio de nome Aerolin, o qual custava 28 reais. Disse-me que ao tentar sacar esse dinheiro em sua conta, só encontrou 5 reais de saldo, e precisava urgentemente ser medicado.
Num primeiro momento pensei que era mais um daqueles golpes baratos, mas logo comecei a notar que a falta de ar era bastante real. Eu tinha pouco dinheiro na carteira, apenas 10 reais. Ia pagar as compras com o cartão de crédito. Dessa forma, pedi que ele me seguisse até a farmácia do próprio supermercado, onde eu compraria o medicamento. No entanto, ele logo me advertiu que lá não havia, que teria de ser comprado em outra farmácia, em outro local.
Diante de tal impasse resolvi ligar para minha mãe que, muito embora também estivesse fazendo compras, tinha se distanciado. Tendo em vista a breve descrição que dei da situação, ela me alertou sobre a possibilidade haver envolvidos na tentativa de uma abordagem para um roubo ou sequestro relâmpago, quando fôssemos em direção ao carro.
Diante de tal impasse resolvi ligar para minha mãe que, muito embora também estivesse fazendo compras, tinha se distanciado. Tendo em vista a breve descrição que dei da situação, ela me alertou sobre a possibilidade haver envolvidos na tentativa de uma abordagem para um roubo ou sequestro relâmpago, quando fôssemos em direção ao carro.
Sem muito pensar, meio atônita com tudo o que estava acontecendo, disfarcei o que tinha acabado de ouvir e disse ao senhor que não poderia sair do supermercado naquele momento, pois estava esperando uma pessoa, entregando a ele, tão somente, o dinheiro que possuía em minha carteira que, juntando com o que ele tinha, ainda estava longe dos 28 reais necessários para a solução do que tanto lhe afligia.
Ele agradeceu e saiu em busca de mais ajuda. Percebi que as pessoas ignoravam sumariamente o pedido, sequer observavam a bombinha que segurava em suas mãos. Minha vontade era de acompanhá-lo para tentar persuadir as pessoas a contribuírem ou, até mesmo, tentar fazer com que alguém com mais coragem que eu fosse até a drogaria mais próxima e trouxesse o alívio daquele senhor. Mas achei um tanto absurda toda aquela situação, e com muita angústia dei as costas para tudo, prosseguindo na procura da minha escova de dentes.
Ao chegar em casa parei para refletir sobre os fatos. A falta de ar era real, até "chiados" seus pulmões produziam ao dificultosamente tentar puxar o ar! Emboscada? No mínimo ele precisaria se comunicar com alguém via celular para arquitetar algum plano desse tipo...
Ao chegar em casa parei para refletir sobre os fatos. A falta de ar era real, até "chiados" seus pulmões produziam ao dificultosamente tentar puxar o ar! Emboscada? No mínimo ele precisaria se comunicar com alguém via celular para arquitetar algum plano desse tipo...
A verdade é que me deixei influenciar pelo medo da minha mãe que, por desconhecer o cenário que vi, tinha razão em desconfiar daquele pedido.
Deveria tê-lo deixado lá e ido em busca da solução para o problema daquele aflito homem, o qual parecia invisível para todos quanto ouviam seu pedido de socorro.
Inúteis são as lágrimas que agora derramo, fruto do remorço da minha inércia. Pelo menos posso dizer que aprendi a lição, e espero por em prática numa próxima oportunidade - o que nunca falta!
Mas o que também me marcou foi o desprezo daquelas pessoas para o pleito daquele pobre senhor. Meu Deus, em que mundo estamos vivendo?! O tempo passa, e cada vez mais percebo que o texto que escrevi logo abaixo ("Aos 24 anos prendi que...") é a mais pura realidade. Parece mesmo é que não importa quem somos, e sim o que temos. O quanto isso me enoja e me assusta!
O meu maior desejo é que alguns de vocês tenham esse mesmo sentimento ao lerem esse breve desabafo. A esperaça de contemplar o amor de Deus habitando alguns - mesmo que sejam poucos - corações é que me impulsiona a cada dia...