domingo, 29 de agosto de 2010

Aos 24 anos já aprendi que...


As relações sociais são muito mais obscuras, complexas e imorais do que se revelam no cotidiano...

Você se torna um indivíduo muito mais simpático, agradável e popular à medida que sua conta bancária engorda...

Cada vez mais devemos confiar menos nas pessoas...

Que a vida é como uma vela acesa: ao menor sinal de vento, corre o risco de apagar...


Cada vez mais é difícil experimentar um sentimento sublime que chamam de amor...

Que a chuva cai sobre a cabeça de todos. Isso quer dizer que coisas ruins podem acontecer com pessoas boas também. E isso não significa uma punição, mas tão somente a conseqüência da vida caótica que levamos...

A falsidade existe numa dimensão incrivelmente maior do que nossa experiência e perspicácia podem constatar...

O amor não é o único requisito necessário para a subsistência de qualquer relação...

Somos muito mais observados do que podemos perceber...

Freud estava certo ao afirmar que o ser humano gira em torno do sexo, para o sexo e pelo sexo. Complemento afirmando o mesmo sobre o dinheiro...

Os únicos amores genuinamente verdadeiros são o amor de Deus, dos pais, dos filhos e dos cães. Qualquer outro pode ser falso ou efêmero.  Não devemos, portanto, nos apoiar plenamente neles...

Que devemos saborear mais o presente sem nos preocuparmos demasiadamente com o resto: o passado é imutável, e o futuro não passa de mera expectativa...


Apesar de tudo, devemos sempre buscar a felicidade, que é constituída tão somente de momentos, assim como a tristeza. Que aproveitemos os momentos felizes o máximo possível.

“Carpe Diem!”.

Autora: Marcela Vila Nova

quinta-feira, 24 de junho de 2010

me/ AcBem-vindo/ Benvenuto/ Welcocueil/ Willkommen/ 歡迎/ 歓迎

Caros leitores,

Por intermédio  dos contadores de visitas que coloquei neste blog, pude observar o quanto ele está sendo visitado - apesar das poucas postagens. Confesso que esses números realmente me surpreendem. E saber que dentre vocês há alguns que são estrangeiros, me deixa sobremodo feliz. É muito bom ser parte integrante deste intercâmbio cultural que a globalização nos proporciona.

O meu maior desejo é que todos participem, deixando seus recados com opiniões, críticas e sugestões.

Brasil, Estados Unidos, Andorra e tantos outros países que já visitaram e que ainda visitarão este blog: sejam muito bem-vindos!





quarta-feira, 16 de junho de 2010

A Lição de Rui Barbosa



Recentemente tive a oportunidade de apreciar a carta que Rui Barbosa redigiu em 1911, publicada sob o título “O Dever do Advogado”.

Trata-se de uma resposta endereçada ao advogado Evaristo de Morais, correligionário de Rui Barbosa, que pede ao seu mestre e amigo conselhos sobre a proposta de patrocínio da causa do Dr. Mendes Tavares, acusado do bárbaro homicídio contra Luiz Lopes da Cruz.

A opinião pública, à época, tendo em vista a grande repercussão do assassinato, considerou o réu como “indigno de defesa”, tendo-lhe diversos advogados virado suas faces contra o homicida, que, não tendo mais a quem pedir socorro, suplicou auxílio ao seu adversário político, Evaristo de Morais, cuja campanha civilista de Rui Barbosa à Presidência da República apoiou veementemente.

O Dr. Evaristo, dessa forma, viu-se num dilema de ordem moral que acomete grande parte dos estudantes de Direito e profissionais em início de carreira: Como defender uma pessoa capaz de atos tão cruéis? Confesso que, como futura advogada criminalista, já me flagrei com essa mesma indagação, à qual o brilhante jurista Rui Barbosa responde de forma genial e confortante.

O insigne jurista lembra-nos, em “O Dever do Advogado”, que “perante a humanidade, perante o cristianismo, perante os direitos dos povos civilizados, perante as normas fundamentais do nosso regime ninguém, por mais bárbaros que sejam os seus atos, decai do abrigo da legalidade. Todos se acham sob a proteção das leis, que, para os acusados, assenta na faculdade absoluta de combaterem a acusação, articularem a defesa e exigirem a fidelidade à ordem processual”.

O trecho mencionado é como uma luz em meio à escuridão, que aclara nossas mentes sobre a irrestrita necessidade de defesa perante um processo judicial, sendo uma verdadeira questão de ordem humanitária, de socorro àqueles cuja opinião pública, cega pelos fatos muitas vezes distorcidos, condena antecipadamente:

O acusado reveste aos seus olhos a condição de monstro sem traço de procedência humana. A seu favor não se admite uma palavra. Contra ele, tudo o que se alegar ecoará em aplausos”.

Menciona Rui Barbosa, inclusive, que tal ferocidade não é característica da Lei: “A Lei é calma”. A Justiça reveste-se da serenidade necessária ao real esclarecimento dos fatos.

Os que dizem haver crimes tão abomináveis, tão horrendos criminosos que não há, para eles, a mínima atenuante na aplicação da justiça, os que assim entendem, senhores, laboram em engano, confundindo, na sua generosa indignação, a justiça com a cólera e a vingança. Não percebem que, abrasados nessa paixão ardente e excitados da comiseração para com tantas vítimas, acabam por querer que se deixe consumar um crime social, de todos os mais perigoso: o sacrifício da lei”.

Além de guiar Evaristo nas condutas que deveria tomar como um profissional do Direito, também se preocupara em evidenciar qual a posição moral do advogado, tendo em vista a relação com o seu cliente e as condutas criminosas por ele praticadas. Afirma que “ele não é moralmente responsável pelo ato da parte em manter um pleito injusto, nem pelo erro do tribunal, se este em erro cair, sendo-lhe favorável no julgamento. Ao tribunal e ao júri incumbem pesar ambos os lados da causa; ao advogado, auxiliar o júri e o tribunal, fazendo o que o seu cliente em pessoa não poderia, por míngua de saber, experiência ou aptidão”.

Por fim, quero aqui registrar minha preocupação com a falta de senso crítico e de compreensão da sociedade, o que, como visto, não é um problema novo. Cabe a nós, pessoas de intelectual polido, refletirmos sobre os fatos e opiniões que nos são despejadas acerca do assunto. Muitas vezes, com atitudes impensadas, acabamos em regredir nossa mentalidade à época ditatorial, onde tanto sofríamos com a supressão dos direitos e garantias que hoje são criticados pelos que não entendem a necessidade do devido processo legal conferido indistintamente a todos.


Não devemos jamais confundir a justiça dos homens com a justiça de Deus, sendo certo que, se na justiça terrena, pelo medo do cometimento de arbitrariedades um culpado pode ser tido como inocente, o mesmo jamais acontecerá na percepção Divina dos nossos atos...




sexta-feira, 16 de abril de 2010

O Poder de um Cafezinho


Há certo tempo a Indústria de Alimentos São Braz veicula pela televisão um comercial sobre seu carro-chefe - o Café São Braz -, no qual o ator Reinaldo Gianecchini afirma que para uma mulher consquistá-lo não é necessário ser bonita, famosa ou inteligente, mas que saiba, tão somente, fazer um bom café.
Desde a primeira vez que observei a publicidade da empresa, um forte sentimento de indignação brotou. Tive a sensação de que todos os anos de luta pela igualdade dos gêneros tinha sido plenamente desprezada naqueles breves segundos de mídia.
Não quero aqui, todavia, fazer mais um cansativo e pouco criativo discurso feminista. Mas como quedar inerte diante de tal desaforo?
Alguns sarcásticos amigos me disseram que o real motivo do meu inconformismo seria, na verdade, o fato de que não sei preparar um café (acreditem, eu não sei mesmo). Mas deixando as ironias de lado, até eles reconheceram o disparate que está sendo propagado.
A “confissão” de que o mais valioso para o encantador galã seria, na verdade, o entendimento dos segredos do café, nos remonta ao ideário das décadas de 30, 40 ou 50, onde a “mulher perfeita” era aquela que andava todo o tempo de avental, na beira do fogão, cozinhando para o marido e seus dez filhos.
Não quero isso com pregar a total igualdade entre homens e mulheres. Acredito que o que realmente desperta a atração sexual é exatamente a complementaridade, que só é possível ser observada quando realçamos as diferenças, sejam elas físicas ou temperamentais. O que rebato ardorosamente é a superposição de alguns valores ou características em detrimento da inteligência feminina.
É duro para as mulheres do século XXI, as quais buscam incessantemente a lapidação intelectual que iguala e capacita profissionalmente sem distinção de cor, raça ou sexo, ter que ver e ouvir tal absurdo publicitário.
Espero, sinceramente, que essa propaganda não seja um dos estopins responsáveis pelo despertar do leão, existente em cada um dos nossos paritários conviventes do sexo masculino, chamado “machismo”...

Um Novo Início...

Caríssimos leitores,
Para aqueles que desconheciam o fato, meu antigo blog foi extinto por acidente, e em virtude da escassez de tempo decidi que não ia mais "criar" outro. Falo em "criar" porque um blog é quase como um filho...Dá muito trabalho!
Ocorre que, ao perceber que algumas idéias, reflexões, começavam a surgir, senti saudade de um lugarzinho para propagá-las...
Bom, é isso. Aqui estou novamente, cuidando de mais este "filho". No entanto, quero advertir a todos que não será uma daquelas "crianças" bem disciplinadas, afinal falta-me tempo (e paciência) para postagens regulares...
Sejam muito bem-vindos e espero que os textos aqui apresentados possam ter alguma utilidade.